Uma vez que as uvas eram cultura de subsistência na Palestina, não causa surpresa que o Senhor usasse a videira como um símbolo de seu povo, Israel (Salmo 80:8-16); Jeremias (5:10; 6:9; Ezequiel (15:1-8; 19:10-14). As imagens da videira simbolizam o fracasso de Israel em cumprir as expectativas do Senhor (Oséias 10:1-2). Suas uvas eram selvagens e sem valor, apesar do cuidado do Senhor com sua vinha (Isaías 5:1-7), Israel fracassou. Mas Jesus é a verdadeira videira, cumprindo o chamado e o destino de Israel (João 15:1). Temos que ser ramos da videira e como tal temos diversas responsabilidades importantes (João 15:1-17).
Produzir o fruto: a produção de fruto é a principal responsabilidade da videira. Jesus exortou os ramos a produzirem muito fruto, a deixar esse fruto permanecer e advertiu que os ramos infrutíferos seria arrancados. Que fruto espera-se que o ramo cristão produza? Primeiramente, justiça. Esta era a qualidade de uva que o Senhor esperava de sua vinha em Isaías 5. O fruto inclui também boas obras, partilhar as posses com os irmãos necessitados, louvar a Deus e ganhar almas. Qualquer que seja o fruto, ele tem que ser produzido em grande quantidade, e continuamente.
Consequências: quando Jesus encontrou a nação judia cheia de folhas mas com pouco fruto, ele amaldiçoou-a e ela secou, como aconteceu com a figueira (Marcos 11:12-20). Quando Jesus nos encontrar cheios de exibição e curtos de realização, nós também seremos amaldiçoados. Esta passagem refuta a doutrina da impossibilidade de apostasia (abandona de uma doutrina) desde que ela indica claramente que aqueles ramos que não produzem fruto ou que não permanecem na videira serão eliminados.
Como? “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”. Para que mais uvas cresçam, o Senhor poda os ramos, removendo os rebentos inúteis e tudo o que poderia desviar a força vital da produção. A poda é dolorosa, mas necessária porque muitas coisas sugam nossa força e nos impedem de dedicarmo-nos à produtividade. A outra coisa exigida para produção de fruto é permanecer na videira. Sem a ligação vital com a videira, o próprio ramo murcha e morre. Isto leva à segunda respondabilidade principal desta passagem.
Permanecer em Jesus: é essencial para viver e frutificar. “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. Para produzir fruto precisamos manter uma ligação ininterrupta, uma relação ativa e constante com Jesus.
Guardar seus Mandamentos:
“Se guardares os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço”.
“O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amo”.
Consequências: Jesus não menciona as consequências do amor em João 15, mas João o fez em sua primeira epístola. Amar os irmãos é uma matéria de luz e trevas, de vida e morte e de conhecer Deus e não conhecê-lo. De fato, sem amor fraternal não se pode amar a Deus. O verdadeiro amor não é frouxa indulgência, mas uma vontade de tomar decisões duras para o bem-estar espiritual de outros. Jesus amou seus discípulos consistentemente, até o fim. Amar um ao outro não seria tão difícil se pudesse ser uma coisa ocasional, espasmódica. Mas, de fato, temos que nunca parar de amar nossos irmãos. Em Cristo, a videira, temos que cumprir seu propósito frutificando, permanecendo Nele, guardando seus mandamentos e amando um ao outro.